terça-feira, 30 de novembro de 2010

domingo, 28 de novembro de 2010

verde esperança

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

hoje, foi assim ...


apanhada pela chuva...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ser


“A maioria das pessoas são outras pessoas. Os seus pensamentos são as opiniões de outros; as suas vidas uma imitação; as suas paixões uma citação.”

Destaque-se seguindo os seus próprios sonhos e fazendo um caminho só seu.

domingo, 21 de novembro de 2010

o silêncio,


por vezes, é uma sublime forma de comunicar

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Jardim de Inverno II


No jardim da casa do mar. Ela espera. Avança e logo pára. Ela não pára nunca. Ela embate contra os muros metálicos do jardim. Ela quer ficar só até que o tempo passe. Ela recua até ao princípio do caminho e depois recomeça. Avança na direcção da casa. Ela escuta. Ela deixa-se estar na escuta dos passos sobre o mar. Ela não olha as duas mulheres que se tocam. Ela inventa. As mulheres olham-na. Esperam. Elas vêm os jogos que ela se faz inventar para não parar nunca. Ela foge e depois pára. Ela deixa-se ver. O cheiro da chuva mistura-se com o cheiro do mar. Ela recomeça.


Olga Roriz
Março 1990

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Arte de Ser Feliz


(...)

Às vezes abro a janela e encontro o
jasmineiro em flor. Outras vezes
encontro nuvens espessas. Avisto
crianças que vão para a escola. Pardais
que pulam pelo muro. Gatos que abrem
e fecham os olhos, sonhando com
pardais. Borboletas brancas, duas a
duas, como reflectidas no espelho do ar.

(...)

Mas, quando falo dessas pequenas
felicidades certas, que estão diante de
cada janela, uns dizem que essas coisas
não existem, outros que só existem
diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a
olhar, para poder vê-las assim.

Cecília Meireles

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Esperança


Tantas formas revestes, e nenhuma
Me satisfaz!
Vens às vezes no amor, e quase te acredito.
Mas todo o amor é um grito
Desesperado
Que apenas ouve o eco...
Peco
Por absurdo humano:
Quero não sei que cálice profano
Cheio de um vinho herético e sagrado.

Miguel Torga

domingo, 14 de novembro de 2010

O Sonho da Luz, o Sol do Marmeleiro





"Os dois sóis do marmelo

Madrid, começo do Outono: Antonio López decide-se a pintar o toque suave do sol da manhã sobre as folhas e os frutos do marmeleiro no jardim de sua casa e convida o realizador Víctor Erice para filmá-lo enquanto pinta.
Para pintar o sol no marmelo o pintor constrói uma espécie de aparelho de olhar: pequenas pinceladas no tronco, nas folhas e nos frutos do marmeleiro; cordéis suspensos no ar; pregos fincados no chão para indicar a posição do cavalete que sustenta a tela e a distância entre a tela e o pintor. Estas marcas no chão e no espaço compõem a imagem; limitam, enquadram o que será pintado. O pintor traça uma moldura ou visor virtual: o cordel diante do marmeleiro, os traços e cruzes nas folhas e frutos da árvore só fazem sentido para os olhos do pintor.
O quadro não se conclui. O Outono chuvoso esconde as cores que o pintor queria pintar. Sem o sol, ele decide retratar a árvore e os frutos num desenho em preto e branco, projecto igualmente abandonado. A chuva mais forte nos dias seguintes torna impossível desenhar no jardim, diante do marmeleiro.
El sol del membrillo, de Víctor Erice (1992) documenta a pintura que não se conclui e por isso mesmo, de modo radical, reafirma que num filme o que se vê não é exactamente a reprodução do que realizador viu, mas sim o olhar do realizador. Como aqui o realizador olha um personagem que olha (não vê o que ele vê: vê como ele constrói o seu olhar) talvez seja possível dizer que o director diante do pintor vê como um espectador vê quando tem diante de si um documentário.
E talvez se possa dizer também que o quadro não concluído se conclui no filme. Uma fusão entre cinema e pintura, El sol del membrillo realiza o sonho partilhado de López e Erice."

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

... rosas ...


Quero acabar entre rosas, porque as amei na infância.
Os crisântemos de depois, desfolhei-os a frio.
Falem pouco, devagar.
Que eu não oiça sobretudo com o pensamento.
O que quis? Tenho as mãos vazias,
Crispadas febrilmente sobre a colcha longínqua.
O que pensei? Tenho a boca seca, abstracta.
O que vivi? Era tão bom dormir!

(Álvaro de Campos)

domingo, 7 de novembro de 2010

entre


a castanha e a romã
a conversa

sábado, 6 de novembro de 2010

semear .. .. . ...




“Semeia um pensamento, colhe um acto; semeia um acto, colhe um hábito; semeia um hábito, colhe um carácter; semeia um carácter, colhe um destino.”

sexta-feira, 5 de novembro de 2010


A grande responsabilidade do ser humano consiste em saber discernir. O mundo espera que cada um de nós assuma esta importante tarefa do justo equilíbrio, nas pequenas e grandes causas da vida.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Uma coisa é necessária


Uma coisa é necessária – aqui
neste nosso mundo díficil
de sem-abrigos e desterrados:

Fixares residência em ti.

Entra pela escuridão
e limpa a fuligem da lâmpada.

Para que as pessoas na estrada
possam entrever uma luz
em teus olhos habitados.

(1974)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

instalei-me