"Muitos de nós, ainda hoje, esperamos
encontrar alguém que nos complete, esperamos pela nossa alma gémea, nossa 'cara-metade'.
Parece que a grande maioria dos seres humanos ainda não se deu conta que a
outra metade está dentro de nós e não fora, e só quando formos capazes de
vivermos inteiros e felizes sozinhos é que poderemos nos relacionar
verdadeiramente, sem nenhum resquício de dependência. Devemos aprender
urgentemente como construir uma relação de interdependência, que é bastante
diferente."
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
gostei !!!
"Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de
acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros,
os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É
preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra
pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem
se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas,
mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso
aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte
de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é
que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a
dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta
estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e
alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode
esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto,
prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar
depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso
aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moínha,
que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É
preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a
falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos
pesados se tivessem apenas o peso que têm em si, isto é, se os livrássemos da
carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa.
Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo
da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a
cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais,
mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica
tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos
de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e
livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer
é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de
ele se cansar."
Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'
talvez ... um mundo
"(...) Ficamos sozinhos quando somos exigentes. Ficamos sozinhos quando não mentimos. Ficamos sozinhos quando defendemos as nossas convicções. É o preço que estou disposto a pagar. E há, digamos, dez pessoas de quem gosto, dez pessoas sobre quem não me enganei, e dez pessoas é um mundo."
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
domingo, 2 de dezembro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
de regresso ...e ...
... faz algum tempo.
Foram as férias. Paris, foi, é e será sempre a cidade da LUZ.
... foi ... BOM, mas ... ... ... ... ... ... ... ACABOU ...
... não vou tentar entender ...
... agora --->
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Entrei na ervanária (não onde habitualmente almoço, na outra) e iniciei a descida. Reparei na extrema magreza daquela senhora que se encontrava ao balcão. Lindíssima, alta, certamente pelos 70 e poucos anos, vestida de branco, com um belo sorriso no rosto. Tinha nas mãos um saco de pano branco, no chão um cesto e um saco de papel com uma planta no interior. Conversava com o empregado numa mistura de inglês e português, sorriu na minha direção e começou a falar comigo com uma simpatia como se me conhecesse à muito tempo. Foi de uma amabilidade e delicadeza nas suas palavras, (que não esquecerei o que disse) retribui, falamos um pouco e o seu olhar continuava lá, muito doce e "extremely kind". Entretanto, tratei do que me tinha levado à loja, despedi-me e iniciei a subida. Já de costas, voltei a ouvir a senhora repetir as palavras a meu respeito, e sai.
sábado, 4 de agosto de 2012
entender !?...
...
às vezes ...
por vezes...
tem dias ...
outras vezes ...
nem por isso ...
...
...entender ...
... não se consegue entender ...
... é qualquer coisa ...
... tipo ...
...
... umas botas muito velhinhas ...
... com buracos ...
... mas ...
...
... são aquelas.
domingo, 22 de julho de 2012
Wislawa Szymborska 1923/2012
POSSIBILIDADES
Prefiro cinema.
Prefiro os gatos.
Prefiro os carvalhos nas margens do Warta.
Prefiro Dickens a Doistoievski.
Prefiro-me gostando dos homens
em vez de estar amando a humanidade.
Prefiro ter uma agulha preparada com a linha.
Prefiro a cor verde.
Prefiro não afirmar
que a razão é culpada de tudo.
Prefiro as excepções.
Prefiro sair mais cedo.
Prefiro conversar com os médicos sobre outra coisa.
Prefiro as velhas ilustrações listradas.
Prefiro o ridículo de escrever poemas
ao ridículo de não escrever.
No amor prefiro os aniversários não redondos
para serem comemorados cada dia.
Prefiro os moralistas,
que não prometem nada.
Prefiro a bondade esperta à bondade ingénua demais.
Prefiro a terra à paisana.
Prefiro os países conquistados aos países conquistadores.
Prefiro ter abjecções.
Prefiro o inferno do caos ao inferno da ordem.
Prefiro contos de fada de Grimm às manchetes de jornais.
Prefiro as folhas sem flores às flores sem folhas.
Prefiro os cães com o rabo não cortado.
Prefiro os olhos claros porque os tenho escuros.
Prefiro as gavetas.
Prefiro muitas coisas que aqui não disse,
e outras tantas não mencionadas aqui.
Prefiro os zeros à solta
a tê-los numa fila junto ao algarismo.
Prefiro o tempo do insecto ao tempo das estrelas.
Prefiro isolar.
Prefiro não perguntar quanto tempo ainda e quando.
Prefiro levar em consideração até a possibilidade
do ser ter a sua razão.
Wislawa Szymborska, in "rosa do mundo" assírio & alvim, 2001
quarta-feira, 18 de julho de 2012
domingo, 15 de julho de 2012
sexta-feira, 13 de julho de 2012
domingo, 8 de julho de 2012
sexta-feira, 29 de junho de 2012
...
"Caminhar com bom tempo, numa terra bonita, sem pressa, e ter por fim da caminhada um objectivo agradável: eis, de todas as maneiras de viver, aquela que mais me agrada."
quarta-feira, 27 de junho de 2012
quarta-feira, 18 de abril de 2012
:)
“O trabalho de tornar-se gente requer coragem para fazer-se agente da própria transformação – construir-se, estar no tempo e no espaço, considerar-se e ser o empreendedor de si como o negócio mais valioso. Este é um trabalho que vale a pena realizar, pois enquanto durar a vida haverá um círculo contínuo de todas as emoções possíveis.”
sexta-feira, 13 de abril de 2012
segunda-feira, 2 de abril de 2012
sexta-feira, 30 de março de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
jantar
ainda cheiravam a terra, frescas e estaladiças, acabadinhas de apanhar. Depois ... fica o sabor e a memória dos momentos ...bem vividos, BONS.
quinta-feira, 22 de março de 2012
quinta-feira, 8 de março de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
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