quinta-feira, 3 de novembro de 2022

 

“A estrada distingue-se do caminho não só por ser percorrida de automóvel, mas também

por ser uma simples linha ligando um ponto a outro. A estrada não tem em si própria

qualquer sentido; só têm sentido os dois pontos que ela liga. O caminho é uma

homenagem ao espaço. Cada trecho do caminho é em si próprio dotado de um sentido e

convida-nos a uma pausa. A estrada é uma desvalorização triunfal do espaço, que hoje já

não passa de um entrave aos movimentos do homem, de uma perda de tempo (…) E

também a sua vida, ele já não a vê como um caminho, mas como uma estrada: como uma

linha conduzindo de uma etapa à seguinte, do posto de capitão ao posto de general, do

estatuto de esposa ao estatuto de viúva. O tempo de viver reduziu-se a um simples

obstáculo, que é preciso ultrapassar a uma velocidade sempre crescente.” (SÁ, 2006:180)

sexta-feira, 5 de agosto de 2022


 

quinta-feira, 28 de julho de 2022

sexta-feira, 3 de junho de 2022

 

GEORGES PEREC

Georges Perec (Paris, 1936 – Ivry sur Seine, 1982) é tido, hoje, como uma das figuras preeminentes da literatura da segunda metade do século XX. Publicou a sua primeira novela, "As Coisas", em 1965, a qual lhe grangeou rapidamente um grande êxito, tendo sido galardoada com o prêmio Renaudot. Dois anos depois, Perec filiou-se ao OuLiPo, a Oficina de Literatura Potencial, que fora criada em 1961 por Raymond Queneau e pelo matemático Le Lionnais. Em 1978, publicou "Vida, modo de usar", cujo êxito o consagrou como autor e lhe permitiu abandonar seu emprego de arquivista para se dedicar inteiramente à literatura.

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Domenico Gnoli





 

Domenico Gnoli nasceu em Roma em 1933, e, desde criança, a sua alma criativa foi alimentada pelas numerosas influências artísticas provenientes dos membros mais próximos da sua família: de facto, a sua mãe era uma ceramista hábil, o seu pai um historiador de arte e superintendente de belas artes da Úmbria, o seu avô um poeta e o seu tio paterno um crítico literário.

Foi neste ambiente familiar fértil que Gnoli começou a desenhar e a frequentar os seus primeiros cursos de pintura; aos 17 anos de idade, apresentou-se oficialmente ao público pela primeira vez, incluindo algumas das suas obras numa exposição na Galeria Cassapanca em Roma. O percurso criativo do artista, nas décadas seguintes, foi marcado por numerosas e diferentes experiências no mundo das artes, vivendo em Paris, Londres e Nova Iorque: além de pintar Gnoli dedicou-se à ilustração para vários jornais e ao mundo do teatro, desenhando figurinos e cenários para importantes companhias teatrais.

Unindo estes diferentes campos, Gnoli criou o seu próprio espaço pessoal na história da arte, reproduzindo nas telas, com uma técnica particular feita de têmpera e areia, detalhes extrapolados de temas da vida quotidiana e relatando-os em novos campos visuais, gerando nos olhos do espectador uma sensação de doce solidão e poesia metafísica.

Após a sua consagração artística definitiva na importante Galeria Andrè Schoeller em Paris, as obras de Gnoli foram expostas nas mais prestigiadas galerias europeias e americanas até à sua morte, que ocorreu em 1970 em Nova Iorque.